quarta-feira, 17 de março de 2021

NASCEU na GOLEGÃ em 1858 e mudou-se para ALPIARÇA


23 de Junho de 2020 

quando comecei a fase de desconfinamento, 

decidi ir - durante a semana - visitar lugares que 

desconhecia e que, há muito queria conhecer...

 nada melhor do que arranjar uma amiga para ir comigo

e fazer pesquisas, onde almoçar, saber se a 

CASA DOS PATUDOS recebia visitas, qual o horário...

depois de tudo organizado (adoro fazer este trabalho) 

era só pôr-me a caminho! 

Lógico que reservei lugar num restaurante 

(que por ironia era dia de folga) 

nunca me tinha acontecido tal coisa... 

falei com a Senhora sobre "Borrego e migas" que adoro 

e só no fim da animada conversa a Sra diz-me, 

mas na 3ª feira é o nosso dia de folga! 

Ohhh pedi imensas desculpas e prometi lá ir numa 

outra oportunidade, quando a simpática Sra. me diz: 

Ora essa, nem pensar, 

vem mais a sua amiga e eu faço o comer para vós! 

Fomos recebidas pelo seu marido, cuidadoso, 

desinfectando tudo, e aqui está o meu prato 

de borrego com migas que adorei...

 


Prometi que havia de contar a "História" no meu blog...

Na sala um quadro bordado com a inicial do nome da Sra. 

que também é a inicial do meu nome

Fomos amavelmente acompanhadas pelo seu marido, 

Senhor conhecedor de muitos assuntos, fêz logo uma 

descrição do lugar que, após o almoço iríamos visitar 

A CASA DOS PATUDOS - MUSEU DE ALPIARÇA



Foi um almoço muito animado, 

mas se não tivesse a visita marcada para as 14h 

aquilo seria ali mais uma hora de conversa com o Sr. 

que sabia de tudo, contou-nos episódios que desconheciamos, 

a História da Terra, de tudo um pouco! 

Ao telefone quando fiz a marcação da visita guiada, 

fiquei a saber que seria PROIBIDO fazer fotos lá dentro

o que me deixa sempre bastante irritada... 

mesmo sem vontade de sequer entrar, 

só que a curiosidade era tanta que aceitei a condição,

muito contrariada. Por isso as fotos que captei 

foram todas do exterior do edifício.




Arcadas a toda a volta do edifício

a Natureza em redor, convidava a ali ficar, 

sonhando e observando o infinito





Na visita guiada éramos só nós as duas, 

o que permitiu fazer muitas perguntas, 

logo eu que sou muito perguntadeira...

nesta visita não foi possível visitar os quartos 

fotos da arquitectura do edifício




depois de fazer fotos circulando por toda varanda 

que dá a volta ao edifício descemos estas escadas



Captei a placa da cerimónia que tinha acontecido 

há apenas 15 meses, da visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa 

por ocasião do centenário do governo de José Relvas



Assim que a visita terminou 

continuamos fazendo clicks





e, completamente deslumbrada, 

fiquei olhando o horizonte 

só que... fui "apanhada" pelo click da minha amiga



quando saímos dali 

fui em direcção à BARRAGEM DOS PATUDOS



A Casa dos Patudos foi residência de José Relvas desde os finais do século XIX até 1929, 

data da sua morte. Político, diplomata, estadista, abastado lavrador, coleccionador de arte 

e músico amador, José Relvas, proclamou a República a 5 de Outubro de 1910.

A Casa dos Patudos foi inaugurada, como Museu, em 15 de Maio de 1960. 

Aqui, poderá encontrar uma requintada sensibilidade artística, desde o mobiliário, 

às porcelanas, pinturas e tapeçarias que constituem o núcleo principal das obras de arte 

da colecção de José Relvas.

A Coleção
Na Casa dos Patudos — Museu de Alpiarça, encontra-se uma rica e vasta colecção 

composta por pintura, escultura e artes decorativas. Na pintura portuguesa destacam-se: 

Silva Porto, José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro e Constantino Fernandes, 

além de notáveis artistas de escolas estrangeiras. Podem, ainda, ser apreciadas 

porcelanas de Sèvres e de Saxe, azulejaria, peças da Companhia das Índias, 

cerâmicas da Fábrica das Caldas da Rainha (Rafael Bordalo Pinheiro), Rato, 

Bica do Sapato e Vista Alegre (primitiva) e bronzes de Chapu, de Mercié e de Frémiet.

Um aprazível jardim histórico completa o riquíssimo interior da Casa.

O Edifício
A escolha do Arquitecto para a Casa dos Patudos não terá sido difícil. 

José Relvas percebeu que Raul Lino, dotado de uma cultura europeia marcada 

pela robustez dos seus critérios e com-petências, representava o triunfo de um novo 

paradigma arqui-tectónico e de que a Casa dos Patudos haveria de ser o seu 

primeiro exemplar.Os Patudos assinalam uma nova linguagem de Arquitectura Conceptual. 

Apropriada de referências nacionais, afirma-se com um certo despojamento decorativo exterior, 

mas esplendorosa e funcional nos seus espaços interiores, com um mobiliário, 

criado também pelo referido arquitecto.

O contínuo crescimento das colecções, levou José Relvas à remodelação da Casa.  

8 comentários:

  1. A tragédia da Casa dos Patudos

    ​​​Uma história marcada pela morte precoce dos três filhos
    do republicano José Relvas.

    A vida da família foi ensombrada pela tragédia,
    primeiro com a morte de dois filhos, Maria Luísa, aos 12 anos,
    e João Pedro, aos 11, devido à febre tifóide.
    Anos mais tarde, o terceiro filho, Carlos, suicidou-se aos 35 anos,
    no dia 14 de Dezembro de 1919.
    Após a morte do filho, os pais passaram a viver separados,
    cada um usando uma ala da Casa.

    José Mascarenhas Relvas foi ministro das Finanças,
    embaixador de Portugal em Espanha e, em 1919,
    chegou a Presidente do Conselho (equivalente a primeiro-ministro).
    Teve um importante papel a nível local, conseguindo a elevação de Alpiarça à categoria de concelho, em 1914.

    Sem descendência, José Relvas deixou a herança
    à Câmara Municipal de Alpiarça,
    autorizando a abertura da casa ao público,
    desde que fossem respeitadas três disposições:
    o quarto onde o filho se suicidou nunca deverá ser aberto ao público;
    o piano (Carlos era pianista profissional) não ser tocado;
    e o quadro que o representa nunca sair do local onde foi inicialmente colocado.

    A Casa dos Patudos recebe anualmente mais de 11 mil visitantes.
    Foi considerada o melhor museu municipal do país
    e distinguida com vários prémios.
    Existe ainda a Fundação José Relvas, que presta apoio à população carenciada.

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  2. Que belo passeio e o prato ,com o borrego, ótimo e apetitoso. Pena não poderes fotografar ,mas as de fora, ficaram todas lindas! Gostei de mais esse passeio contigo! beijos, chica

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  3. Olá!
    Eu comecei o desconfinamento oficial no dia 18/05 quando fui a Sintra, voltar a visitar o Palácio de Sintra, e conhecer finalmente a Quinta da Regaleira.
    Também gosto muito de fazer estas pesquisas.
    UAU! Que maravilha!! Que sorte! Tiveram um restaurante inteiro só para vós! Pois é, realmente uma pena, haver sitios tão maravilhosos, mas depois...não temos qualquer hipotese de fazer umas belas fotos.
    Bem...outro momento exclusivo que vocês tiveram!! 2 pessoas num museu mais o guia, é um privilégio!
    Adorei a foto do azulejo, com o candeeiro e a sua sombra!!
    Também já aí estive, tenho alguns planos dessas arcadas.
    E foi muito bem apanhada, pela sua amiga!
    Que tragédia, e que desgosto o José Relvas sofreu com a morte dos seus 3 filhos.
    Bela reportagem e mais uma vez, belas fotos!! Parabéns!!

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  4. Gosto de seguir revistas de viagens e agora até há muitas das revistas normais a fazerem promoção de caminhos, estadias, férias diferentes (Revista Sábado desta semana, Expresso durante algumas semanas, Revista Visão de vez em quando, e muitas outras publicações. Mas às vezes os artigos publicados vê-se bem que foram escritos por pessoas (jornalistas) que nunca foram ao sítio, mandaram lá o fotógrafo e escrevem com base no google.

    Mas este teu post é um artigo de revista genuíno, completo em termos de imagem de de texto, informativo, bem documentado, que poderia ser publicado em qualquer lado com muita qualidade e interesse. Pena que não faças parte dos lobbies que dominam estes temas, onde aparecem sempre os mesmos. 

    Ah, e acresce que tu não precisas de uma máquina topo de gama para mostrares fotos muito bem enquadradas, diversificadas e de grande qualidade. parabéns.

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  5. E como gosto de passear com as suas fotografias! Obrigada.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  6. A refeição deve ter sido divinal, que aspecto delicioso e eu que adoro migas.
    Que pena não permitirem fotos do interior da Casa dos Patudos, mas pelo que vimos do exterior, deve ser um local espectacular.
    Beijinhos

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  7. Nunca visitei a Casa dos Patudos, mas fica na agenda...
    Beijo. Muita saúde querida amiga.

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