ESTE É O
"MOMENTO"
A ARTE XÁVEGA praticada na Costa da Caparica
faz parte do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial
desde Fevereiro de 2017.
Esta arte milenar esteve na origem do povoamento
da Costa da Caparica, em 1770, e ainda hoje perdura,
podendo ser acompanhada entre maio e setembro,
nas praias da Costa e Fonte da Telha.
Foi precisamente o que fiz,
neste mês de Setembro, fui captar estes momentos!
A Xávega é uma pesca artesanal feita com rede de cerco
e o seu equipamento é composto dum longo cabo
com flutuadores, tendo na sua metade de comprimento
um saco de rede em forma cónica (xalavar).
Antigamente a recolha era feita com a ajuda de juntas de bois
e força braçal, actualmente por tracção mecânica,
dois ou três tractores.
Aqui toda a equipa vai acertando qual o melhor momento
para avançar e estender a rede, pois ventos contrários
não estavam a ajudar a faina neste fim de tarde
Finalmente levam o barco para o Mar...
Uns no barco e outros em terra,
assim funciona a equipa!
O xalavar é colocado no mar, longe da costa por uma embarcação,
ResponderExcluirque vai desenrolando a metade do cabo, ficando uma das pontas do mesmo amarrada a um dos dois tratores intervenientes.
Os pescadores efetuam o cerco aos cardumes de peixe em alto mar e retornam à praia desenrolando a outra metade do cabo para a sua extremidade ser enrolada ao segundo trator.
A xávega termina com a chegada a terra e abertura do xalavar
(saco de rede de forma cónica) que contém a pescaria.
Este tipo de pesca era praticado em várias praias ao longo da costa portuguesa, persistindo em algumas, como a Nazaré, Praia da Torreira, Praia da Vagueira, Praia de Mira, Praia da Vieira, Praia do Pedrógão, Praia da Saúde e da Fonte da Telha na Costa da Caparica.
A recolha do xalavar por tração animal e força braçal, termina aproximadamente na década de 70 na Costa da Caparica.
Atualmente em Portugal a xávega é efetuada por meios mecânicos.
A palavra xávega provém do étimo árabe xábaka, que significa rede.
ResponderExcluirA denominação xávega era usada pelos pescadores do sul de Portugal.
No litoral centro e norte praticava-se um tipo de pesca idêntico mas com muitas diferenças, ou seja: os barcos, diferentes na forma (crescente de lua) e no tamanho, também de fundo chato e com as suas proas bastante mais elevadas para melhor suportarem o ímpeto das ondas, tinham uma capacidade de carga muitíssimo maior do que os barcos do sul.
Inicialmente, o termo xávega era usado só pelos pescadores do sul, nomeadamente os da costa algarvia e tanto dava para definir a rede como o próprio barco.
No litoral centro e norte, o termo por que se denominava este tipo de pesca era simplesmente "as artes" ou "as campanhas das artes".
Por uma questão de legislação e porque as leis quando são feitas são para todo o país, começou-se a chamar (erradamente) xávega a todo o tipo de pesca envolvendo o arrasto em que as redes são puxadas para terra.
A pesca por arte envolvente-arrastante, onde se inclui a pesca com Arte-Xávega é regulamentada pela Portaria 1102-F/2000, de 22 de Novembro, alterada pela Portaria 244/2005, de 8 de Março.
A Xávega é definida pelas artes que a caracterizam
(redes, barcos, etc.) e não pelo método de tracção utilizado na alagem, que inicialmente era feita por juntas de bois, passando depois a ser feita por força braçal com o auxílio de aladores e tratores.
A Arte Xávega é uma tradição que, de ano para ano, se vai perdendo em algumas praias no país, de que é exemplo a Nazaré onde se fazem recriações destinadas aos turistas.
Antes de tudo, PARABÉNS pelo novo Blog. Numa altura em que as redes sociais estão dominadas pelo Instagram e pelo Facebook, é de enaltecer a coragem de quem continua a apostar nos blogues, com todas as vantagens que isto oferece, em especial em termos de conciliar texto com imagem e servir de arquivo, coisa que o Facebook não tem.
ResponderExcluirE, depois, inauguraste o blog com um tema fantástico, bem português e muito apelativo. parabéns por isso tambÉM.
E não te limitaste a descarregar as fotos, elas estão com uma disposição lógica e muito bem estruturada, não estão avulso. Isto, complementado com um texto muito bem explicativo, faz deste um post muito bem organizado e muito apelativo, no fundo um documento em jeito de reportagem, que poderia figurar numa qualquer revista.
Continua... :-)
Parabéns, Maria Afonso. Uma beleza. Beijo.
ResponderExcluirAdoro fotografar esta arte e os seus olhares estão fantásticos!!! Bj
ResponderExcluirO mel foi feito a partir da lavanda e veio de França 👍🤗
ExcluirExtraordinária reportagem, as fotos estão espectaculares.
ResponderExcluirBeijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Qualquer dia e com tamanha e tao completa descrição dos sítios, da sua história, dos momentos marcantes,acompanhadas de fotos que tao bem ilustram isso tudo, está a fazer os livros de historia ou geografia do segundo ciclo do ensino básico :) beijinhos
ResponderExcluirOlá, aqui estou no teu novo espaço :)
ResponderExcluirParabéns !
Preferi começar pelo inicio e vim ver o teu primeiro post. e gostei imenso pois eu adoro fotografar Arte-xávega e creio, todos os amantes da fotografia.
Gostei muito das fotos e da descrição e como sempre algo se aprende, fiquei a saber a época de actividade destes pescadores.
Beijinho