ARRAIOLOS
há quanto tempo planeava um passeio
até ARRAIOLOS
para poder ver as bordadeiras a trabalhar;
Finalmente aconteceu
e na 4ª feira passada dia 25 de setembro,
lá fui eu até ARRAIOLOS
Na rua fui perguntando onde podia ver alguma
senhora a trabalhar e logo uma moça simpática
convidou-me a entrar e lá estava esta senhora,
que me confessou estar 8 horas por dia
com o trabalho no regaço, também me explicou
que depois de ter passado o desenho
agora está a fazer ponto pé de flor no traçado do desenho
e só depois de ter todo o desenho feito,
irá preencher com o ponto de arraiolos...
captei algumas fotos de vários modelos
que estavam expostos para venda
muito sinceramente não perguntei nem vi preços,
não faço a mínima ideia dos preços
continuo até à Praça do Município, onde está o
CENTRO INTERPRETATIVO dos TAPETES de ARRAIOLOS
assim que entro nesta Praça deparo-me com esta
pintura magnífica num edifício, mas não entendi o que era,
vi também os "compadris" à sombra, conversando!
cá está o dito Centro...
entrei falei com a funcionária, fiz perguntas,
ela foi explicando como funciona a visita
quando chegou à pergunta do costume:
Posso fotografar? Mau... aí a coisa foi mais complicada!
disse logo que NÃO...
eu expliquei que há 2 meses tinha estado na Finlândia
e Noruega, dois países bem mais avançados
e ninguém me proibiu de fotografar, sempre "sem flash"
é a "norma internacional"!
O que mais me irrita é que
"nem sabem explicar o "não" que dão aos visitantes"
é NÃO e pronto...
apeteceu-me virar costas, mas... lá fiz a visita!
o edifício tem esta porta maravilhosa
O Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, projeto promovido pela Câmara Municipal de Arraiolos, viu iniciarem as suas obras no dia 4 de Julho de 2011, no edifício do antigo posto da GNR, na Praça do Município.
EXPOSIÇÃO “ARRAIOLOS EM FILIGRANA”
Entre as várias iniciativas do “Tapete está Rua 2019”, foi inaugurada no dia 5 de junho a Exposição “Arraiolos em Filigrana”, a qual estará patente no Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos (CITA) até ao próximo dia 13 de outubro.
Exposição realizada em parceria entre o CITA e o Museu da Filigrana (Lisboa).
Se bem se lembram fiz recentemente um post
sobre a visita que fiz ao MUSEU da FILIGRANA em LISBOA,
onde me deixaram fotografar e mostrei as fotos que fiz...
aquela "funcionária" bem podia ter sido mais simpática
e eu iria divulgar algumas imagens do CITA, enfim...
ao sair do CITA vi este edifício FRACOOP
entrei, e encontrei uma senhora muito simpática
que me explicou fazer recuperação dos tapetes danificados
vi este tapete acima para venda...Lindíssimo!
e, a simpática senhora foi de propósito
mostrar-me como faz o seu trabalho,
sentou-se e fomos conversando,
não me proibiu de fotografar e ainda me explicou
para que servia um banco que lá tinha,
era para fazer as franjas dos tapetes!
sigo pela Praça do Município
e vejo o belo edifício dos Paços do Concelho
entro noutra rua onde descubro numa casa
duas senhoras a trabalhar nos tapetes,
entro e vejo que uma delas bordava e a outra sentada
junto do tal banco fazia franjas, dirijo-me a esta
e pergunto se posso fazer uma fotografia do trabalho das franjas,
foi muito antipática disse logo:
NÃO, o patrão não deixa...
. . .
Entro nesta Loja "ALENTEJO HERITAGE"
meto conversa com o senhor responsável da Loja
e pergunto se posso fotografar, disse logo:
SIM esteja à vontade!
SIM esteja à vontade!
Aproveitei para lhe contar a atitude da funcionária do CITA
ficou admiradíssimo da dita não ter deixado
fotografar "sem flash"
Eu expliquei que tenho vários blogues e gosto de
divulgar os lugares que visito e ele disse:
Então pode divulgar à vontade a minha Loja...
prometi-lhe que iria fazer, sim!
Senhor também faz tours temáticos a outras localidades
ali próximas, para quem não tem transporte ajuda muito.
Assim que entrei, à minha frente, deparei-me
com este trabalho a "preto e branco"
conversei com o senhor que me explicou ser a sua irmã
que faz esta técnica a carvão!
Um trabalho fabuloso.
Fiz vários clicks pois gostei mesmo muito.
Fantástico o efeito do trabalho,
fiquei deslumbrada!
OK guardei para o fim esta imagem
de um quadro que está por trás da funcionária do CITA
e tanto insisti que lá me deixou fotografar,
é simplesmente maravilhoso,
uma mistura de bordado, no canto inferior direito
e pintura no resto do quadro.
O “Tapete de Arraiolos” ligado ao nosso concelho, pela sua origem na vila que lhe deu o nome, mundialmente conhecido, tem um significativo interesse cultural e sócio-económico.
ResponderExcluirA sua manufatura em Arraiolos num período anterior ao Séc. XV,
atesta a importância destas verdadeiras obras de arte, cuja tradição queremos manter viva, sendo que a mais antiga referência aos Tapetes de Arraiolos remonta aos finais do Séc. XVI,
conforme podemos confirmar no Inventário Municipal (Dr. Jorge Fonseca), com indicação da existência de ...”hum tapete da teRa novo avalliado em dou millReis...” - documento datado de 1598.
Certo é ainda que as escavações arqueológicas realizadas na Praça do Município no inicio do Séc. XXI, sob a responsabilidade da Arqueóloga Ana Gonçalves, sem prejuízo de uma investigação mais pormenorizada, induzem o inicio da produção de tapetes em Arraiolos para uma fase anterior ao Séc. XV.
Por isso, o Município de Arraiolos reitera a necessidade de preservar, salvaguardar, certificar e dinamizar esta atividade artesanal e elemento identitário da nossa história, com a execução do projeto de iniciativa municipal do Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, mas também com o cumprimento por parte das entidades competentes,
da implementação do processo de certificação do Tapete de Arraiolos de acordo com a legislação aprovada, por unanimidade, na Assembleia da República.
Os Tapetes de Arraiolos, têxteis bordados de qualidade são, de há séculos, imagem de marca a que a vila e o concelho são indissociáveis.
ResponderExcluirArte antiga feita de muitos "saberes" e um mesmo "saber fazer" que artesãs exímias souberam construir.
Manifestação artística conhecida em todo o mundo, os Tapetes de Arraiolos ocupam um lugar de destaque entre as artes em Portugal.
A sua origem em Arraiolos é uma história longa de séculos.
A referência escrita mais antiga feita a um tapete de Arraiolos encontra-se no Arquivo Municipal de Arraiolos e data de 1598.
Refere o inventário de Catarina Rodrigues, mulher de João Lourenço, lavrador e morador na herdade de Bolelos, termo de Arraiolos: "hum tapete da tera novo avalliado em dous mill Reis ".
Menos de quatro anos depois, outra referência, também num inventário de lavradores do termo, Manuel Alvares e Andresa Gonçalves, moradores na herdade da Pereira: "hum tapette pequeno feito na teRa avaliado em seiscentos reis ".
Ainda neste Arquivo, em 1608 encontramos descrito um exemplar que a bordadeira deixou incompleto.
Vem no inventário de Juliana Dordio, mulher de Belchior Meirinho, moradora em Arraiolos, na Rua da Cruz.
Entre os bens do casal aparece "hum tapete por acabar avalliado em mil Reis " e, mais à frente, "huns pouquos de novellos de fiado de lam pera tapete de cores avalliados em tressentos Reis ",
"sinquo vellos de lam quatro pretos e hum branquo (...)
"e "des aRateis de lam asul (...) ".
Arraiolos
ResponderExcluirVila soalheira que cresceu na encosta do seu castelo,
Arraiolos é conhecida pelos seus tapetes bordados com séculos de História.
Um património cultural que se confunde com a História deste território.
Arraiolos sobressai na paisagem pelo seu inconfundível castelo de muralha circular
e a vila que se estende colina abaixo.
Mandado edificar por D. Dinis, no séc. XIV,
D. Nuno Álvares Pereira chegou a habitar o Paço (1415 a 1423),
mas foi gradualmente abandonado por se tratar de um local isolado e ventoso.
No interior conserva ainda a Igreja do Senhor Jesus dos Passos,
que recua à época da fundação do Castelo e se manteve como matriz até ao séc. XVIII.
Descendo ao centro histórico, as casas, nobres ou modestas, ostentam alvas fachadas caiadas, com a tradicional barra azul e são inúmeras as lojas de tapetes.
A origem dos tapetes de Arraiolos confunde-se com o próprio nascimento da vila.
Escavações arqueológicas na Praça do Município revelaram antigas tinas de tingir lã, sugerindo o início da produção ainda antes do séc. XV.
Na mesma praça, no Salão Nobre da Câmara Municipal, exibem-se magníficas pinturas sobre tela, do pintor arraiolense Dórdio Gomes (1890 – 1976), representando paisagens e temas da história e cultura da região.
Numa visita às povoações do concelho, a vila de Vimieiro é destino obrigatório pela sua deliciosa gastronomia, para conhecer o seu património, como o jardim do Palácio dos Condes de Vimieiro com a sua original Fonte--Obelisco, a Igreja Matriz e o Centro Interpretativo do Mundo Rural.
Já na pequena aldeia de Santana do Campo, a Igreja de Santa Ana, construída sobre uma antiga estrutura romana, merece um olhar atento.
Nooooooooooossa,Tulipa!Quanta maravilha e imagino o que aproveitaste pra saber mais e mais e ver as belezas desses bordados.ADORO! BJS, CHICA, LINDA SEMANA!
ResponderExcluirExcelente explicação sobre o assunto do post, com pormenores didáticos e úteis. Muito bem começada esta "reportagem"... depois ilustrada com soberba foto do objecto do post.
ResponderExcluirPasso muitas vezes fora de Arraiolos quando vou para a terra da minha mãe, mas a Arraiolos só devo ter ido uma vez e não me lembro de ter visto nada dos célebres tapetes... acho que ainda não estavam tão na moda como nos últimos anos...
Tinha ideia que os desenhos dos Tapetes de Arraiolos eram monocórdicos, mas pelas tuas fotos vejo que não. E nem sabia que havia um Centro Interpretativo. Se eu levasse um "não" desses viraria as costas e viria embora, São funcionários básicos que nem sequer sabem perguntar ao vereador lá do sítio porque não se pode fotografar. Tu tens más experiências com isso, eu até o Guernica consegui fotografar apesar dos dez seguranças...
A porta que mostras é realmente do mais belo que já vi em terras do Alentejo. Gosto do muito bom pormenor da agulha e da mão da senhora... e alguns trabalhos que fotografaste são realmente do "outro mundo". Obrigado por mostrares, obrigado pela muito boa reportagem, que teria cabimento numa boa revista de viagens.
Muito interessante a sua visita ao Centro Interpretativo dos Tapetes de Arraiolos. É um trabalho magnífico! Obrigada por partilhar.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.